Exibido em: 03-Abr-2020
Ultima edição: gagerred | Editar minissinopse |
Mais um ep fantástico, cheio de subtextos:
Quantas vezes olhamos para uma pessoa no mundo real mas que não está em nossos círculos mais próximos e pensamos: "EU faria essa pessoa feliz todos os dias”, “eu NUNCA faria tal coisa com ela" ou qualquer coisa assim (você entendeu). Ele vivia num mundo onde nunca se assumiu (pelo menos o ep deixa claro que não existiam outros relacionamentos) e afastou um pretendente assim que notou a menor divergência em modos de ver a vida. Então ia pra casa e fantasiava sobre esse parceiro perfeito, que conhecia apenas por uma foto, e essa foto, somente essa imagem, era suficiente para que ele criasse uma personalidade “perfeita” para o retratado e escrevesse declarações de amor a um ser que não existia, mas que ele, em sua carência e crença, PRECISAVA DESESPERADAMENTE que existisse. Afinal, na fantasia, absolutamente TODOS são escravos da minha vontade, já que eu os criei. E ai, vem o encontro. E o lembrete, sempre contundente, de que a vida real não é feita dentro da sua cabeça. Naquele outro mundo, o seu outro “eu” é assumido (desde sempre, pelo que parece) tomou as decisões que ele não teve coragem de tomar, conhece e vive com o objeto do seu desejo. Ele é alegre, amável, extrovertido. Quase uma versão projetada de como ele gostaria de ser caso se sentisse livre para o ser. Só que há problemas no paraíso. Seu homem perfeito as vezes parece infeliz, descontente. E claro, isso só pode ser por culpa do outro, que “não está tratando-o como deveria”. E então vem uma situação muito significativa: o tempo, para construir vínculos fortíssimos, usa como matéria prima o conhecimento que um tem do outro, diminuindo as surpresas, o deslumbramento, as caras de “oh!” em função de uma parceria, de um passado juntos que cria uma força invisível que une mais do que qualquer papel e muitas vezes é incompreensível por quem está de fora. Ele não entende isso pois não viveu a história deles. Não passou por momentos ruins e bons. Não chorou, não riu, não sabe dos defeitos, das falhas e da “realidade” da vida da outra pessoa. Ela ainda é perfeita e será a salvação da sua vida, o objeto de sua devoção pelo resto dos seus dias. E quando tudo dá errado e ele descobre que pessoas reais não tem a menor obrigação de se comportar como as suas fantasias, o ep é magistralmente resumido na frase dita pelo outro “eu”, num momento de dupla iluminação: “Ele não é perfeito. Nem nós somos.” E é justamente aí, quando seu mundo desmorona, quando suas fantasias desvanecem, quando todo o castelo de areia se desfaz, que ele, sem as defesas criadas pela fantasia, consegue se abrir para ver que, assim como já dizia o Jota Quest “o amor pode estar do seu lado”.
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É muito engraçado pensar que as duas versões dele são sozinhas de diferentes formas. Um quer amor, outro quer amizade.
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As vezes vamos longe para nos darmos conta de que o que queremos está bem perto.
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Episódio fofo, mas queria que ele voltasse pra dimensão dele e começasse uma vida nova lá.
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É um tipo de sci-fi muito bem construído e ao mesmo tempo bastante desafiador por nos leva um pouco pra fora do status quo! Estou gostando!
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