Que roubada essa subtrama do menino gay e a liçãozinha de moral do Jackson.

Vamo desmontar cada uma das merdas que ele falou?

1) "Você poderia ter pedido ajuda ou saído de casa" - Quem disse que ele tem pra onde ir? Quem garante que as autoridades vão ajudar ele? Aliás, o que uma autoridade vai fazer se um menino gay disser que o pai não o aceita, mas nunca o agrediu diretamente? Sem contar que, mesmo tendo onde ir, muita gente não concebe como alternativa deixar a casa dos pais, porque é um uma quebra de vínculo muito dura para se fazer quando se é tão jovem. Uma fratura emocional que nem todo mundo suporta.

2) "Uma solução definitiva para um problema temporário" - Na GRANDE MAIORIA DOS CASOS, pais homofóbicos não são problemas temporários para pessoas gays. Na grande maioria dos casos (e note que não disse todos porque tem casos lindos de pessoas que eram horríveis e mudaram radicalmente ao saber que o filho era LGBTQ+), é uma ameaça ou uma dor constante e vitalícia.

2) "As ações dele não justificam as suas" - O Jackson simplesmente não sabe se isso é verdade. Ele não sabe se o rapaz simplesmente surtou com a pressão de não ser aceito, ou o que ele tava vivendo com o pai dele. Se o pai dele o agredia, é legítima defesa. E se não agredia, eu entendo que o menino tem que pagar pelo que fez, mas, ao mesmo tempo, eu hesito muito em culpar a vítima desse jeito. Uma parte dessa culpa, e o fardo da monstruosidade de ter rejeitado e levado o filho a loucura, SEMPRE vai ser do pai, e não dele. Gente oprimida NUNCA tem culpa pelas ações do opressor, ou por seus efeitos nelas.

3) "Não podemos escolher os nossos pais, mas podemos escolher como eles nos afetam" - Fácil falar pra quem o pai só o pressionava para ser melhor ou se esforçar mais. Eu entendo que é complicado e deixa cicatrizes viver com pais que exigem mais do que deveriam ou do que o filho pode, que não respeitam seus limites como pessoa, mas acho justamente que por causa dessas cicatrizes o Jackson devia entender muito melhor que, às vezes, essa escolha não é nossa não. Que, frente à rejeição ou à paternidade tóxica, nós só fazemos o melhor que podemos para seguir nossas vidas como pessoas imperfeitas e machucadas que, por causa do nosso passado, às vezes fazem bosta.

Não acho justo usar isso como desculpa para tudo, não justifica -- mas explica. E é óbvio que não to dizendo que isso deveria resultar num perdão pro menino caso ele tenha mesmo atirado no pai, mas a situação é MUITO mais complexa do que essa lição de moral nojenta e antiprofissional do Jackson (e dos roteiristas) leva a crer.

Bem boa a ideia de fazer um gato e rato entre policiais. Rendeu. Já essa viatura capotada no começo foi meio pastelão demais. Forçado. O caso do menino no hospital quebrou um pouco a fluidez. Deviam ter deixado pra outro episódio e espremido mais da perseguição

Começou com a recruta capotando a viatura, mas acabou com as mulheres detonando o Hawke

Parece que a pegação de pé com o Nolan diminuiu um bocado. Começam a aceitar ele.

esse caso do menino no hospital bem aleatorio