Exibido em: 08-Fev-2018
Ultima edição: Lucas Gabriel | Editar minissinopse |
Acho sempre problemático e perigoso o modo subversivo como alguns/mas mangaka tentam passar uma ideia romântica de relações pedofílicas e/ou entre adultos e menores de idade, ainda que consensual, sobretudo, quando já estamos em 2018. Na verdade, apelam de forma massiva para o "consenso" quase que majoritariamente nas produções de manga e anime.
Duvida? Raro é o hentai com tag #rape (estupro) em que a personagem começa se debatendo para não ser estuprada e termina suplicando pela segunda foda. Um ato tão ignóbil, violento e criminoso é pintado como banal e consensual descaradamente. Semelhantemente acontece nas produções com a tag #lolicon, em que as cenas mais triviais são as de crianças do gênero feminino, de 9-10 anos, seduzirem e aliciarem o pai, o irmão ou cinquenta homens desconhecidos para que tirem a sua virgindade urgentemente. Doentio. No caso desse episódio, pra começo de conversa, eu fiquei surpreso que a Violet apenas tenha 14 anos. Eu dava, tranquilamente, 17-18. Acho que me deixei iludir pela maturidade da personagem e pelo que ela experienciou, até porque utilizar como recurso uma estoicidade quase robótica (praticamente um Inaho de Aldnoah.Zero) suplanta um perfil típico e estereotipado das personagens de shoujo e shounen: extremos de imbecilidade e fragilidade, quando não de comportamento arredio para depois se mostrar tsundere - como se fosse a coisa mais difícil do mundo representar uma garota/mulher, que não tenha como prioridade na vida encontrar um garoto/homem e se casar. Tendo Violet apenas 14 anos, Reiko Yoshida (a roteirista dessa animação), não me pareceu prudente colocar Gilbert (que, de acordo com o Wikia.com, tinha pelo menos 29 anos: o dobro da idade!) declarando amor por ela. Quando falo do "modo subversivo" com o qual alguns/mas mangaka, roteiristas etc. proposital e sutilmente encontram de ou encorajar, ou corroborar, ou fazer vistas grossas para essas temáticas, cito como exemplo, justamente, a personagem Charlotte. Ela foi apresentada como a típica princesa fofa, mas se olharmos com atenção, ela também "é muito madura para a idade", já que, por si só, decidiu pesquisar sobre quais os benefícios para o povo o seu casamento com um príncipe de outro reino traria e até os discutiu em reunião com o pai e demais personalidades. Também faz a linha patricinha si, pero no mucho. Ela caça, gente. Não é nenhuma Merida (da animação Valente), mas deve ser o suficiente para acariciar certa pauta progressista. Assim, o roteiro não está simplesmente jogando uma inocente, oprimida pelas convenções da época e desinformada adolescente num casamento arranjado com um marmanjo. "Ela é muito madura para a idade", está se casando porque quer e sabe as implicações desse casamento - como se uma garota de 14 anos, que só sai do dossel para o jardim, tivesse parâmetros de comparação e bagagem empírica para tanto. Basicamente um assopra aqui e morde lá. Uma das questões que fica quando se discute relacionamento amoroso entre adultos e menores de idade, principalmente quando esse menor de idade é do gênero feminino, é: Como é que uma garota de 14 anos vai conseguir negociar as concessões comuns em um relacionamento amoroso, ainda mais em um casamento, com um homem de 24 anos? Se em sociedades ditas civilizadas no século XXI uma mulher adulta, livre e desimpedida, não consegue que o seu "não" seja efetivamente compreendido e respeitado por um homem, quem dirá uma criança dois, três séculos antes. Faz sentido ainda, em pleno 2018, se produzir um material com problemáticas históricas ainda não superadas e pouco discutidas com lucidez sem fazê-lo criticamente? A que público, a qual posicionamento ideológico e para que essas produções estão servindo? Para além da pretensa verossimilhança histórica do enredo, de quando tradicionalmente homens mais velhos se casavam com garotas que mal transpuseram a puberdade (seja no ocidente ou no oriente), há sempre a oportunidade acertada, quando se quer, de representar um contexto de época e imprimir alguma solução contemporânea evitando problemáticas de temáticas tão caras às sociedades, como é o caso da pedofilia e da idade de consentimento. Sugestão simplíssima: Damian era um bom moço, não era? Então podia ter mantido o noivado, já que o que estava em jogo, antes de tudo, era aliança política e só ter se casado com a garota quando ela alcançasse a maioridade. Casamento é contrato consumado com sexo. Relativiza quem quer. Damian era um fofo, mas o marmanjo lá vai foder uma garota de 14 anos.
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Gente ela tem 14 e ele 24, eu não consigo pensar em nada além disso
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Passei o episódio toda incomodada com a diferença de idade entre a princesa e o príncipe. Como tem gente que acha isso fofo? Meu Deus, que absurdo. Não é só porque casamentos com grande diferença de idade aconteciam no passado, que se torna justificável.
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Meu Deus a Violet tem 14 anos... O major deve ser velho, ah não. Stop pedofilia em animes/mangás.
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Esse episódio valeu só pela relação da Charlotte com a Alberta
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