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Tyrion ergueu o olhar para os olhos duros e verdes do pai, com as suas manchas de ouro frio e brilhante.
- Sou culpado - disse -, tão culpado. E isso o que querem ouvir?
Lorde Tywin nada disse. Mace Tyrell assentiu. O Príncipe Oberyn pareceu moderadamente desapontado.
- Admite ter envenenado o rei?
- Nada disso - disse Tyrion. - Da morte de Joffrey sou inocente. Sou culpado de um crime mais monstruoso. - Deu um passo na direção do pai. - Nasci. Sobrevivi. Sou culpado de ser um anão, confesso. E independentemente de quantas vezes o meu bondoso pai tenha me perdoado, persisti na minha infâmia.
- Isso é uma loucura, Tyrion - declarou Lorde Tywin, - Fale do assunto que aqui nos traz. Não está sendo julgado por ser um anão,
- E aí que está errado, senhor. Estive sendo julgado por ser um anão minha vida toda.
- Não tem nada a dizer em sua defesa?
- Nada a não ser isto: não fui eu. Mas agora desejava ter sido. - Virou-se para enfrentar o salão, aquele mar de rostos pálidos. - Gostaria de ter veneno suficiente para todos vocês. Fazem-me lamentar não ser o monstro que gostariam que fosse, mas aí está. Sou inocente, mas aqui não obterei justiça. Não me deixam alternativa exceto apelar aos deuses. Exijo julgamento pela batalha.
- Perdeu o juízo? - disse o pai.
- Não, encontrei-o. Exijo julgamento pela batalha!
Sua querida irmã não podia estar mais satisfeita.
- Ele tem esse direito, senhores - lembrou aos juizes, - Deixem que os deuses julguem. Sor Gregor Clegane lutará por Joffrey. Ele retornou à cidade anteontem à noite, a fim de colocar a sua espada a meu serviço. O rosto de Lorde Tywin estava tão sombrio que por meio segundo Tyrion perguntou a si mesmo se ele também teria bebido vinho envenenado. Atingiu a mesa com um punho, furioso demais para falar. Foi Mace Tyrell quem se virou para Tyrion e fez a pergunta.
- Tem um campeão para defender a sua inocência?
- Tem, senhor. - O Príncipe Oberyn de Dorne pôs-se em pé. - O anão conseguiu me convencer.
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