Exibido em: 20-Jul-1998
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"A maioria das pessoas assumem uma personalidade na Wired que é diferente da que elas possuem no mundo real"
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Excelente episódio de transição e umas explicações. Então vamos lá:
Então a Wired é basicamente a versão do anime da internet. Pra população geral, não passa disso (com alguns pontos de controle aqui e ali, talvez), mas parece haver uma outra versão da Wired acessada apenas por uma espécie de gueto social de poucos "iniciados", que "entram" lá de algum modo. Pelos comentários do gurizinho na boate, não ficou muito claro se é um "entrar" físico, material, ou apenas uma espécie de Dark Web mesmo. A Lain aparentemente é famosa lá, mas ainda não sabemos porque parece que só ela perde a memória disso. Muito interessante o contraste já nos apresentado entre a Lain normal e a Lain Wired: no episódio anterior, com aquela Lain vista pelas colegas (não sei se era de fato a mesma), e depois a Lain mesmo no final do episódio mudando de personalidade e confrontando o rapaz da arma. Já neste episódio, tivemos na cena final do quarto o contraste entre a Lain menina da apatia ingênua de distanciamento existencial para uma Lain mais "mulher" muito consciente existencialmente e "selvagem", como o menino descreve. A apatia costumeira sumiu e deu lugar a um controle experiente de si, como se fosse uma personalidade que já havia se manifestado antes; de fato, deve ser a da Wired. Pouca coisa mostrada, mas meio bizarra essa transformação repentina de atitude da água pro vinho. Inclusive o uso daquela camisola e ela falando súper casualmente com a chave de fenda na boca como elementos visuais excelentes de retrato disso. A irmã ficou chocada, pois a Lain mudou completamente a sua aura, talvez pela primeira vez na vida. Mesmo não demonstrando nada tipo agressividade, é algo que assusta sim e já acende uma luzinha, né, kk. Inclusive, no fim da cena, quando a Lain dá as boas-vindas à irmã e a imagem fica meio embaçada, é como se estivessem ali entrando na Wired, mas deve ter sido só um efeito visual mesmo. Eu não falo japonês, mas é interessante notar algo sobre a pronúncia de "Wired": se eu tiver ouvido bem, a pronúncia "katakanizada" parece ser exatamente a mesma da palavra "world", algo como "waarudo" (me lembro da pronúncia dela especialmente por causa do termo "Digital World" em Digimon, haha). Se for o caso, é bem interessante, pois daí conscientemente a palavra "Wired" foi usada para nomear esse "world", esse "mundo" próprio que carrega semanticamente ao mesmo tempo diferentes significados pro seu nome: 1) conectado por fios ("wires") a tecnologia, rede elétrica ou um sistema (talvez as cenas com postes e rede de fios elétricos não sejam por acaso). Como consequência, especificamente conectado à internet (neste caso, à Wired). Num sentido mais metafórico, podemos estar "wired", "conectados" a pessoas num sentido social ou afetivo (que é um dos temas discutidos no enredo até agora). Portanto, uma coisa puxa a outra: há uma conexão física com a eletricidade por fios, que leva à conexão digital da Wired e esta, dentro da história, leva à conexão entre as pessoas, além daquelas que elas já possuem naturalmente fora da Wired (mas que talvez, como sugerido pelo rapaz do suicídio, a Wired esteja tentando influenciar, romper ou sobrepor). 2) Estar "wired" também pode significar estar empolgado ou nervoso por algum motivo, o que inclui por estar chapado de droga (no episódio anterior, foi-nos apresentada uma droga, além dos momentos de nervosismo ou empolgação dos personagens até agora por motivos diversos). 3) Ter determinado traço pessoal "wired", "programado" na pessoa, na sua personalidade, no seu cérebro. Podemos interpretar isso aqui como os traços pessoais de cada personagem, mas quem sabe especificamente toda a alienação apática de todos ser algo integrado neles. E 4) Uma pessoa ou um lugar "wired" pode ser algo espionado através de equipamentos eletrônicos. Podemos pensar aqui numa "espionagem" da Wired na vida real das pessoas, mas também já tivemos a Lain sendo vigiada por um cara, por aquele carro e depois a irmã dela encontrando aqueles caras. Inclusive, quem eram? Estavam esperando alguém, vigiando; iam entrar na casa naquele momento quando a irmã chegou; tinham batido ou iam bater na porta...? Sinto que possuem alguma conexão com o pai da Lain. Naquela cena, ele diz para ela que não sabia o que era o Psyche e vai embora nervoso, ficando tenso e indiferente com ela instantaneamente. Coitada. Fica óbvio que ele sabia. Qual é o problema dos pais dela? Será que o pai trabalha pra ou através da Wired ou é só um aficionado? Porque aparentemente ele entende bastante do assunto e a Lain recorre a ele para instalar o computador, tirar dúvidas e tal. E, em relação à mãe, será que vão explicar a apatia agoniante e indesculpável dela? A irmã da Lain tentando dizer que tinha a porra duns caras estilo CIA na porta de casa e a mãe nem aí. E, naquela noite do suicídio na boate, os pais não estavam em casa? (A irmã não sei dizer ao certo, pois a Lain parece não ter procurado ela no quarto dela.) Se não, onde estavam? Têm algum envolvimento na coisa toda? A polícia ligou, ninguém atendeu, mas depois disso não tentaram mais? Já a irmã da Lain parece ser a mais normalzinha da família, kk. Senti ela bem menos apática aqui neste episódio do que tinha achado no primeiro e parece ser menos que a média geral do anime. Em relação à menina que se matou no primeiro episódio, ela parece ter feito isso, então, para se integrar de algum modo eternamente à Wired. Mas como? E por quê? Se for o caso, por isso os e-mails de fato devem ter sido enviados por ela e de lá vêm as vozes que a Lain ouve com frequência (e talvez as visões como aquela no corredor da escola no episódio 2 ou o sangue escorrendo pela fiação elétrica quando o trem para no episódio 1). Como, ainda não sabemos. Será que aquelas conversas pessoais de várias pessoas que a Lain tava ouvindo eram porque ela tava na frente do PC e da Wired? Ou tavam acontecendo de modo independente como a voz no trem? Isso não ficou muito claro para mim. Por fim, algo que desde o primeiro episódio me perturba: cara, as cenas da Lain saindo de casa são muito bem-feitas para ser perturbadoras, pois, do modo como são, o efeito visual faz ironicamente parecer não que a Lain tá saindo dum ambiente fechado e indo "para fora", mas sim entrando numa prisão enclausurada e isolada. Tenso. Por outro lado, bem fofo aqui ela fazendo amizade e se conectando mais àquela colega da escola. E, gente, pelo amor de Deus, não consigo deixar de elogiar a animação MAIS UMA VEZ. Que troço lindo, caralhooo.
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Entre os três iniciais, esse é o mais fraco, mas cumpre o papel de desenrolar o roteiro e apresentar novos personagens.
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Alguém se passando pela Lain então, famosa na rede, amei essa Lain do final a antiga parecia um cadáver ambulante. A mãe dela parece escrota. Essas crianças numa boate me assusta.
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