Exibido em: 13-Set-2022
Ultima edição: Sérgio Neves | Editar minissinopse |
Os anos 90 realmente foram épicos em vários sentidos. Apesar da violência desenfreada, ao mesmo tempo, e talvez até por conta dela, muitas expressões culturais incríveis foram criadas e apesar do que muitos diziam e dizem, o funk foi um delas. Eu mesmo por boa parte do tempo, e por muita desinformação, também era contrário. Falei muita bobagem também naquela época. Enfim… que bom que temos a oportunidade de aprender.
Aquele lance de corredor pra pancadaria “do bem” era algo muito zoado. Mas, cada cultura com suas particularidades. Existem tantas bizarrices muito afora, então que curta quem gosta e quem não gosta, é só não se envolver, simples assim. É como o Catra disse, era o MMA coletivo. >_< O arrastão foi muito falado. Lembro bem. E todo mundo só dizia isso, que o funk era igual a violência. Mas no fundo, era muita manipulação e notícia feita pra desinformar e desfocar. O racismo social citado é algo extremamente nítido, não só no funk, mas em outros gêneros, etnias, classe social, regiões, religiões, etc. Infelizmente enquanto existir ser humano, tudo isso ainda vai perambular nesse planeta. Muito interessante compreender a forma orgânica que a disseminação teve a partir das proibições do funk nos clubes, levando ele diretamente para as favelas, e consequentemente, por conta da repressão, imediatamente as letras se tornaram mais pesadas e mais direcionadas. Isso ocorreu por exemplo com o Facção Central aqui em SP, quando proibiram a veiculação do clipe Isso aqui é uma Guerra e também a venda do CD Versos Sangrentos. Isso só fomentou ainda mais e deu mais munição para as produções seguintes. O Rio de Janeiro é uma parada muito sinistra mesmo. De um lado, é o cartão postal do país, do outro, é lotado de favelas e pessoas vivendo em condições extremamente precárias. Eu acho inacreditável que tem até bonde/teleférico nessas favelas. Quer dizer, ao invés do governo tentar resolver, ele aceita e ainda investe numa pseudo melhoria para aqueles locais. Com disse o Catra, é um genocídio cultural com traumas/problemas psicológicos provavelmente irrecuperáveis. “Ninguém foi preso por causa da morte de um MC”, frase que provavelmente sempre existirá. Aquele que se beneficia com isso, jamais será encontrado e nenhum caso jamais será solucionado. “Não é matando uma pessoa que se mata uma ideia…” ; muito pelo contrário. Eles são tão burros, que com esse extermínio, qualquer movimento fica cada vez mais forte. Os vizinhos tem sua razão com certeza, mas aquela concentração de jovens, sem ter o que fazer, sem amparo do governo, sem locais destinados a cultura, esporte, etc, em algum momento vão se juntar e criar algo. E esse algo tende a incomodar certamente. Cabe ao estado investir pra melhorar esse cenário. Mas infelizmente, esse desenho só torna mais difícil alguém se interessar por política, por candidatos que realmente fariam algo pelo povo. Afinal, aquele que não estuda, que se droga, que bebe todas, não conhece seus direitos e muito menos irá lutar por eles. “…era pra ser muito pior.”
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De suma importância falar em como o poder publico (com visão elitista claro) ainda tenta fazer de tudo para criminalizar o funk. Falar de como lá ainda na década de 80 empurraram o funk pra fora dos centros para as favelas é muito importante, porque nos lembra que começou existir essa mistura de funk com o crime com a mão do estado por trás.
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