selo Saul Goodman pra esse advogado

É possível dizer que Fargo é uma série em que a Filosofia está pulsante em grande parte dos momentos.
Não se contendo aos aspectos da Literatura do Absurdo e ao Surrealismo ao trazer referências a Albert Camus e Kafka (Before The Law, obra de Kafka e The Myth of Sisyphus de Camus), referenciou agora, também, o Teatro do Absurdo com referência a uma peça chamada "Rhinoceros" - Rinoceronte - de Ionesco e o poema surrealista "Jabberwocky" de Lewis Carroll.

Ao pesquisar sobre a peça, encontrei esse texto que resume um pouco a obra:
"De modo inesperado, sem mais nem menos, um rinoceronte surge na praça de uma cidade indefinida. Todos se surpreendem, mas a vida continua. Então aparecem outros rinocerontes. O burburinho ganha vulto. Seria uma ilusão? Teriam vindo da África ou da Ásia? Seriam unicórnios ou bicórnios? Uma senhora diz que está sendo seguida por um desses bichos enormes. Os bombeiros descobrem que, na verdade, o animal era o marido dela, metamorfoseado em rinoceronte. Não tarda e quase toda a cidade se vê vítima da "rinoceronite", a doença que transforma seres humanos em animais selvagens. Todos passam a apreciar a moda de ser rinoceronte. Estranho seria o aspecto humano". Não é à toa que Fargo tem se mostrado um dos melhores ensaios sobre a tragédia da realidade humana.

Para quem ficou se perguntando onde estava uma possível "referência aos OVNIs" no sexto episódio: lá no episódio anterior, ao ver o desenho de Molly - que era um sol, mas parecia um OVNI, "O que é isso? Um rinoceronte??" perguntou Hank, o avô dela. Tudo foi tão bem pensado e amarrado que o desenho parece remeter também ao frame onde aparece o título de Fargo nesse episódio, com a casa dos Gerhardt ao fundo, mas dessa vez sem nenhuma nave espacial.

Quero dar um abraço no diretor de fotografia dessa série. Se for uma diretora, eu só queria deixar aqui registrado que ela tem permissão pra sentar na minha cara a hora que quiser, porque olha... Não sei lidar, dá vontade de tirar screenshot de tudo, imprimir e sair colando pela minha casa (sério)

Queria me dar tão bem quanto Peggy e Ed em situações assim em que eles só tem a perder.

a fotografia dessa série sempre surpreendendo mais e mais!