Pai da B'Elanna é um babaca otário.

A construção da narrativa da B'Elanna teve problemas logo depois de adentrar ao relacionamento com o Tom. Ela foi meio que posta de lado, mas os episódios sempre exploram esse conflito contra ser "meio-a-meio" e a dualidade que isso traz para ela. Acho que é a personagem com episódios pessoais mais significativos de Voyager.

Achei um ótimo episódio. É sempre bom aprofundar em B'Elanna, que ficou um pouco de lado depois da entrada de Sete. Aliás, o aprofundamento em Sete, apesar de bom, acabou deixando de lado demais os outros tripulantes. Mas foi interessante ver a relação de B'Elanna com Tom e achei pesado demais o que ela tentou fazer.

7 temporadas. Foi isso que demorou para perceberem que tinha um personagem com uma puta dum potencial ali desde o início e que só precisava ser explorado. Um dos melhores da série, uma pena ter vindo tão tarde.

Esse episódio me fez lembrar o porquê eu amo a B'Elanna e a acho uma das melhores personagens de Voyager - apesar do desenvolvimento ser pouco explorado.

Eu acho que também é difícil julgar o pai dela porque a gente viu apenas a situação através dos olhos dela: literalmente uma criança assustada e que já sofria com o preconceito por ser quem era. Me parece meio absurdo que tenha sido tudo tão "simples" mas acho que é algo que eles não vão explorar mais então vamos ficar sem saber mesmo.

De qualquer forma, foi bem pesado o que ela tentou fazer e me lembrou bastante daquelas modificações genéticas que tenham fazer em bebês para que nasçam com certas características para serem mais "aceitos" em sociedade. E isso é triste, mas muito triste mesmo.

Ademais, a relação da B'elanna com o Tom me agrada muito, eles têm algo muito "real" sobre eles, acho bem legal.

É natural que, uma vez que tanto B'Elanna quanto Tom tenham plots envolvendo os pais deles e a forma que ambos carregam uma certa "herança" que rejeitam, a conclusão do plot deles, ainda mais que são um casal, seja ter uma filha.

Melhoramento genético é um tema bem complexo de ser abordado. Há muitas variantes que entram nessa equação. Como Deep Space Nine já mostrou, pode ser um método para criar indivíduos superdotados. Pode ser um método para corrigir um possível problema de saúde. Ou, como é o tom do episódio, pode ser um modo de criar um bebê que será melhor aceito na sociedade. Aí entra a principal questão aqui: quem precisa se adequar ao quê? O indivíduo à sociedade ou a sociedade ao indivíduo?

Não há como ignorar tudo que B'Elanna passou, principalmente com o abandono parental, mas eliminar características da filha não iria apagar essas cicatrizes. Não é justo eliminar a identidade da criança porque ela vai encontrar na vida pessoas que não sabem lidar com o diferente, muito menos fazer isso porque tem medo de Tom não aguentar esse "peso".