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The audition é prova viva de uma série subestimada pela maioria. Que evolução de personagens e trama. Barry só cresce com sua narrativa, tudo na medida certa.
Para uns é a série tragicômica de meia hora sem compromisso, pra passar o tempo, mas o que Barry tem feito em seu roteiro, atuação e direção, é absurdo. Isso evidencia o crescimento exponencial das dramedias, com episódios menores, tem muito mais coisa acontecendo e lugares para serem explorados do que um drama mal feito de uma hora. Barry é como um trem expresso, uma ou duas paradas para respirar, e segue a estrada frenética. Mas o desenvolvimento e cuidado com os personagens e a trama impressionam. Hader tem o poder de se reinventar a cada episódio sem forçar a barra, algo que Good Place conseguiu fazer por um bom tempo antes de se tornar repetitivo e forçado. Mas em Barry, além de temos uma construção narrativa muito melhor, a própria trama abre inúmeras possibilidades, o que deixa tudo mais imprevisível e coeso.
Os recursos narrativos, os monólogos - o que foi Sally na piscina?! -, é tudo muito natural, intuitivo, é super humano. A realidade da própria Sally ao desabafar é muito real, colocar pra fora exatamente o que ela estava sentindo. Isso tudo evidencia a beleza dos relacionamentos interpessoais na série e como estes transcendem o mero recurso narrativo ou para desenvolvimento de personagem.
Hader tem muito planejamento com o tempo de tela, e parece que na era da Peak tv, quem manda é o curto e eficiente, expresso muito com pouco, vide Atlanta, BoJack e até a recente After Life, com o Gervais. Em tempos de dramas que parecem soap opera, as dramedias estão tomando o poder.
Por último, acho incrível como tanta coisa na série me lembra Sopranos. Facilitou muito eu estar revendo para fazer os links, e é fantástico como Barry lembra o plot do Christopher de uma maneira não mafiosa, rs. A mãe das séries só precisou ensinar uma vez, quem veio depois só seguiu o fluxo narrativo...
Por enquanto, melhor série de 2019.
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