Quase 20 anos atrás, a primeira temporada de Lost terminou com uma das imagens mais marcantes e tentadoras da televisão do início do século XXI: um grupo de sobreviventes de um acidente de avião em uma ilha desconhecida, olhando para um buraco profundo no chão, escavado por sabe-se Deus quem. Tivemos que esperar até a estreia da segunda temporada para descobrir que havia uma pessoa chamada Desmond vivendo naquele buraco, passando o tempo ouvindo música pop vintage. Também tivemos que esperar até o final da segunda temporada para descobrir que Desmond já foi um náufrago, forçado pelas circunstâncias a se juntar aos últimos vestígios de um culto que salva o mundo.

A primeira temporada de Silo também terminou com um floreio. Juliette Nichols foi exilada por seus inimigos e enviada para a superfície, onde as pessoas geralmente morrem em minutos devido ao ar envenenado. Em vez disso, graças a um traje espacial extra-seguro, ela conseguiu continuar caminhando para um campo aberto, onde encontrou uma dúzia de outras crateras, cada uma com seus próprios silos. Nessa estreia, Juliette explora um desses silos, onde encontra um homem vivendo sozinho e — como Desmond em Lost — ouvindo música pop vintage. Também como Desmond, esse homem cumprimenta sua visitante ameaçando matá-la. Mas ele também diz algo que me lembrou novamente do melhor de Lost — e do melhor de Silo até agora. Ele explica que entende por que ela pode querer abrir a porta porque "Você vê uma porta fechada... o que tem do outro lado?" É bom quando um show de mistério como esse entende a natureza humana. Continue nos mostrando novas portas, com certeza. Mas não as mantenha fechadas por muito tempo.

Isso dito, essa temporada promete abrir um pouco a história, já que Juliette pode começar a descobrir por que seu silo está desconectado dos outros silos e por que ele possivelmente está à deriva de qualquer que seja sua missão original. Na temporada passada, descobrimos que o silo de Juliette tinha pelo menos uma pessoa, Bernard Holland, que sabia um pouco sobre a história do programa e acreditava que era seu dever mantê-la em segredo, para que os moradores não ficassem inquietos e rebeldes — como aconteceu antes. Mas como Juliette não sente tal obrigação de suprimir a verdade, ela pode mais uma vez ser nossa substituta nesta temporada, descobrindo tudo o que precisamos saber sobre o universo Silo.

Qualquer um que tenha lido os livros sabe que os silos têm números, mas como a série ainda não introduziu essa ideia, vamos apenas chamar os dois que vimos até agora de "silo de Juliette" e "o outro silo". Todas as sequências mostrando Juliette fazendo sua melhor imitação de Indiana Jones são realmente fantásticas. Todo esse silo é uma relíquia, e a viagem por ele dá a mesma carga que as cenas da primeira temporada envolvendo as relíquias deram. O novo silo é uma peça maravilhosa de design de cenário — visualmente familiar através do silo de Juliette, mas em ruínas. E se aquela pichação na parede dizendo "OBRIGADO, FUNDADORES" com o "obrigado" riscado e substituído por "foda-se" for uma pista, parece que essas pessoas estavam bem irritadas com as condições em seu silo! E estou ansiosa para descobrir o porquê.