Escrito por: Pedro Rubens
Vez ou outra ainda encontramos por aí alguém que defina maturidade por questão de idade. Quantos mais anos vividos, mais maduro você será. É raro, mas acontece. Ainda tem gente que pensa dessa forma equivocada, mas a verdade é que maturidade e seriedade têm pouquíssima relação com idade, tempo, velhice, e afins. Dentro do mundo das séries Gen V é a prova viva disso…
Anunciada como spin-off da série de sucesso The Boys, Gen V acompanha um grupo de jovens em uma escola de preparação de super-heróis. Em meio às aulas e aos treinamentos para aperfeiçoar seus respectivos poderes, uma intrigante clínica escondida nos fundos da escola surge com um mistério que envolve todos os Supers, adolescentes ou não.
Sendo a primeira série derivada de The Boys, que teve seus dois últimos anos arrastados, enfadonhos e, quiçá, ridicularizados, Gen V já ganha espaço entre o público sofrendo consequências da série original. Para outorgar tudo isso os trailers aparentavam vender uma farofa das grandes e que esta seria apenas mais uma forma de lucrar sobre o universo desenvolvido nas HQ’s e posteriormente adaptado pelo Prime Vídeo.
Mas é nesse ponto que encontra-se o diferencial do show, que não utiliza-se de muletas e consegue se sustentar com uma história forte, sensível e, ao mesmo tempo, madura. Não é porque os protagonistas são jovens na faculdade que isso torna a narrativa mais teen. Pelo contrário! As apostas são sérias o suficiente para tratar os dilemas da juventude, mas sem esquecer toda a metalinguagem que existe por trás do “ser mutante”, coisa que a série original já esqueceu há muito tempo.
Enquanto Marie, Emma, Cate, Jordan Li, Andre e Sam criam um grupo disfuncional de heróis na luta por desvendar o mistério da Floresta, seus dilemas pessoais são trabalhados de forma singela. A maneira como Gen V associa o ser herói/mutante em uma sociedade capitalista e competitiva, onde tudo é por interesse, se assemelha às questões reais de uma sociedade que abraça o “diferente” e o trata dessa forma apenas por interesse.
Tire a metalinguagem, as metáforas e toda a alegoria e você verá que a Universidade de Godolkin está ao nosso redor tentando nos dizer o que podemos ou não fazer, a Vought é o mundo em que vivemos e a Floresta nada mais é do que aqueles que tentam nos controlar.
A forma madura que a série aborda essas questões permite que ela tome a dianteira e assuma um papel muito mais interessante e, talvez, até mais importante do que The Boys. Esta última agora fica em segundo plano e as cortinas se abrem, os holofotes se acendem e Gen V assume o palco com maestria.
O desenrolar da história é tão bem costurado que não deixa brechas para o subjetivismo. Aqui o espectador não tem como tentar interpretar algo diferente do que está explícito. Pelo contrário, as cabeças explodem (literalmente na série) à medida que os eventos vão acontecendo e a história vai se afunilando.
Ainda que conte com participações especiais de The Boys, em especial no episódio final, Gen V é jovem, mas sólida o suficiente para sustentar sua ascensão e o espaço que já garantiu. Se não houvesse tais participações, a série seria tão boa quanto já é.
Mesmo trazendo uma nova geração de Supers, com a jovialidade em alta, Gen V entrega o que não tinha prometido e assume o lugar de dianteira na mesa onde o debate às diferenças sociais está em alta.
Nota: 8,75
A Grilinha deslizando no p... Fala sério! Precisava isso para mostrar o poder da personagem?!
Essa minha opinião! Desculpa quem gosta de p...😅
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