Escrito por: Pedro Rubens
Atualmente, há inúmeras produções que trazem de volta universos já conhecidos do público. Reboots, remakes ou até continuações têm sido bastante explorados seja paracinema, TV ou streaming. É certo que nem todas as vezes o sucesso é garantido, mas alguns desses novos produtos conseguem agradar tanto a velha quanto a nova geração.
Willow, nova série da Lucasfilm, segue os eventos do filme de 1988 e apresenta novos personagens ao reino encantado das rainhas das fadas e dos monstros Eborsisk de duas cabeças. Quando a ameaça da Megera se ergue e tenta colocar em prática seu plano, uma nova equipe de guerreiros precisa se unir e abraçar a encantadora magia que os cerca nessa luta do bem contra o mal.
Prosseguir com uma saga que possui uma legião de fãs não deve ser um trabalho fácil, afinal, qualquer errinho já pode ser considerado como um “tiro no próprio pé”. A criação de Jonathan Kasdan não tem medo de arriscar e, ainda que apresente uma história ligada diretamente ao filme original, apresenta novos ares desse incrível universo fantasioso.
Ao trazer personagens antigos como ponte, ou tutores, para a nova turma, Willow prova sua capacidade de renovação. O arco de Elora Danan está muito além da alçada da primeira geração e encontra aqui uma nova aventura capaz de envolver o público. A série diverte, entretém, causa um pouco de desconforto por ser rápida demais em alguns momentos, mas entrega uma obra fantasiosa de primeira qualidade.
A jornada do herói, conceito criado por Joseph Campbell no livro O Herói de Mil Faces (1940), se faz presente durante toda a temporada e não precisa de muito conhecimento para identificá-la. De forma simples e, talvez, até chula: somos apresentados ao mundo fantasioso onde a série se passa, há o chamado para a aventura e a recusa para o mesmo, até que o herói e sua equipe decidem se aventurar em meio às dificuldades que encontram no caminho.
Visualmente, Willow é encantadora. Os efeitos visuais e práticos não deixam nada a desejar e assumem a responsabilidade de, também, imergir o espectador naquele universo. Quem também segue com esse papel é a trilha sonora e o roteiro da série que, mesmo parecendo acelerado demais, ainda consegue carregar nas costas uma aventura profunda com inúmeras lições e revelações.
Outro ponto extremamente positivo da produção é a química que existe entre os novos aventureiros. Aqui, temos a mescla perfeita entre um ex-príncipe que descobre a magia dentro de si, uma princesa que só quer ser uma grande guerreira, uma guerreira que decide lutar pela sua grande paixão, um brutamonte que se sente incapaz e a cozinheira apaixonada que descobre um grande segredo sobre si. Pode parecer mentira, mas tudo isso consegue funcionar perfeitamente!
Talvez, o melhor aspecto de Willow seja o fator nostálgico que nos leva direto para a infância, quando ficávamos na frente da TV assistindo as inúmeras aventuras que passavam na Sessão da Tarde. Infância é abrigo, e essa é uma daquelas séries que nos transporta para um lugar de segurança, mesmo que este seja em meio a uma aventura épica do bem contra o mal.
Nota: 8.5