Escrito por: Edson Rafael
Sabe aqueles amigos que você faz na infância e leva pra vida inteira? É como eu me sinto em relação à Turma da Mônica. Alguns personagens surgiram em 1959 em forma de tirinhas de jornais, mas foi entre 1960 e 1963 com a chegada da Mônica e do Cebolinha ao mundo que a turminha tomou forma. Porém, as revistas em quadrinho reunindo várias historinhas só vieram a ser publicadas em 1970 e seguem até hoje. Várias gerações tiveram acesso a esse material original que o Maurício de Sousa nos agraciou e foi com esses amigos que eu pratiquei a leitura quando aprendi a ler aos quatro anos e nunca mais larguei (sim, ainda leio os gibis).
Vieram filmes de animação com várias continuações chamadas Cini Gibi que traziam algumas histórias do papel para a tela, também séries de animação, até que o mundo presenciou o nascimento dos dois filmes live-action. A escolha dos atores que interpretariam personagens já estabelecidos na cultura brasileira era muito esperada e acompanhada. Eu não tive nada do que reclamar quando eles foram apresentados. E me emocionei muito ao ver a minha infância tomando as telas do cinema com pessoas que estavam trazendo adaptações maravilhosas para uma nova geração. E agora eles lançam uma série com os mesmos atores dos filmes. O BDS foi convidado para assistir os dois primeiros episódios da temporada e contar tudinho pra vocês. Mal esperei pra acompanhar tudo.
Turma da Mônica: A Série, agora um live-action com roteiro original, traz o nosso quarteto fantástico infantil brasileiro não mais como crianças, até porque os atores cresceram um pouco e aqui não é Malhação com atores de trinta anos interpretando jovens de quinze. Hahahahah. Eles são apresentados como adolescentes. Só neste fato, já espero muitos temas da adolescências serem retratados. Muitos deles já trabalhados várias vezes em todos os tipos de mídia, mas agora em uma série da nossa turma. Creio que esta série será uma ponte entre eles na infância preparando o público para um futuro com Turma da Mônica Jovem com o mesmo elenco.
A primeira vez que os vemos podemos ter um pequeno choque quanto ao figurino deles já que eles não estão com as cores que costumam usar, mas todos de azul. Logo descobrimos que é para uma festa de uma nova personagem vinda dos gibis para as telas onde todos devem usar a cor azul frufru. Ela é a Carminha Frufru, garota mimada, riquíssima, patricinha, debochada, a vilãzinha da temporada. Eu adoro quando eles inserem figurinhas dos gibis e teremos mais e mais vindo por aí.
A Carminha descobre que a Turma está montando um clube onde todos participarão, inclusive os introduzidos nos filmes como a Milena (que ganhará uma série ao lado do Franjinha no HBO Max), o Do Contra, o Humberto, a Marina, o Nimbus e outros, e resolve montar o Clube Frufru com uma festa de inauguração no mesmo dia e horário do clube da Turma, convidando todo mundo. Aliás, outros personagens dos gibis e filmes que também aparecem por aqui são o Quinzinho, a Turma do Bermudão, o Dudu, e acho que vão aparecer mais ao longo da temporada. Claro que isso ia gerar raiva e tristeza na Mônica porque todos decidem ir para a festa rica ao invés do clube caindo aos pedaços.
O que ninguém esperava era um balde de lama cair na cabeça da Carminha quando ela simula fazer as pazes com a Mônica no palco. Quem é a primeira suspeita? A dona da rua mais famosa do bairro do Limoeiro. E se inicia uma investigação encabeçada por ninguém mais ninguém menos que Denise, simplesmente a patricinha mais fofoqueira que já existiu que, assim como Larissa do esquecível BBB 22, gosta de jogar várias fake news e verdadeiras também. Risos. Mas ela é uma figura nos quadrinhos, não está sempre contra a turminha.
Esta apuração dos fatos, um tanto quanto tendenciosa, traz uma testemunha/suspeita por episódio, que dá o nome do episódio. Temos Mônica no primeiro e Magali no segundo. O episódio da Magali é divertidíssimo com várias gulosices, participações de atores do Choque de Cultura: Caito Mainier como um padeiro português pai do Quinzinho, e o Leandro Ramos dando continuidade ao seu personagem do filme Lições da turminha em que era um vendedor de balões e “informações”, agora como chef de cozinha. Também podemos acompanhar mais uma vez a ansiedade da Magali como real motivo dela cair de boca em tudo que é comida que aparece à sua frente.
É uma série que traz o público infantil dos filmes, assinantes do Gloob (canal infantil privado do grupo Globo), entretanto pode e deve trazer uma faixa etária maior como os adolescentes e por que não os saudosos que, assim como eu, se emocionam assistindo seus gibis na tela de qualquer dispositivo? Eu assistirei tudo. Fica a dica de uma série leve com 8 episódios de 20 a 25 minutos. Todos eles disponíveis na quinta, dia 21 de julho, no Globoplay
Takes “Pala Gualdá”! (para guardar, segundo Cebolinha)
-Mônica: “Você é pontual demais.” Magali: “Quem atrasa como menos.”
-Cascão lendo um gibi do Chico Bento. <3
Nota: 9.0